Se você estuda Design Gráfico ou Design de Produto, sabe a quem estou me referindo. Dieter Rams é o designer alemão responsável pelos 10 princípios do bom design. Esses princípios nasceram do questionamento “meu Design é um bom Design?”
Disso nasceram 10 diretrizes para que um design atenda ao bom design, que são sintomas que, além da estética, transcendem ao cuidado com a natureza e ao consumidor, e também à inovação e atenção aos detalhes.
Falar sobre a Braun é inevitável quando falamos sobre Dieter Rams, o qual foi diretor de design da empresa durante 30 anos! Muitos dos seus trabalhos são mundialmente reconhecidos por conta de sua simplicidade, modernidade e inovação.
Produtos como o SK 4 (apelidado de caixão da branca de Neve), Braun LE1 e o T3 são projetos que inspiraram e inspiram muitos designers, até mesmo o Jony Ive, ex-vice-presidente sênior da Apple, que por influência de Dieter, construiu o iPod e o iMac.
Sem mais delongas, quero falar sobre os famosos 10 mandamentos, mas, é claro, com um pouco de outros aprendizados que tive durante os anos.
1- Inovador
As possibilidades de inovação nunca se esgotam. Graças ao desenvolvimento tecnológico, a partir do qual o Design ganha propulsão, as oportunidades de criação são quase infinitas.
Nesse mandamento, é de vital importância que o processo criativo esteja treinado aos novos desafios que o futuro nos trará. E com isso, quero dizer que o foco em problemas é um dos caminhos mais seguros (senão o único) para trazer inovação.
2- Faz produtos úteis
Entenda com “produto”, tudo o que assimilamos como fruto de um projeto de Design. Este mandamento está alinhado com o segundo nível emocional do Design, isto é, o nível comportamental, que diz especificamente sobre o quanto determinado produto nos ajuda a cumprir determinada tarefa.
Um bom Design acentua tudo o que entendemos sobre a utilidade concebida a um produto, excluindo tudo aquilo que certamente atrapalha ou prejudica a usabilidade.
3- Estético
Falo bastante sobre Design não ser somente estética, mas aqui vem o ponto onde a estética é defendida. Ainda falando sobre os níveis emocionais, a estética contribui bastante para o nível visceral, isto é, o nível mais inconsciente e profundo.
Compramos produtos não somente pela sua capacidade de nos ajudar com determinada tarefa, mas também por sua estética agradável que irá compor nossa estante ou mesa. E é nesse ponto em que a estética se destaca. Mas lembrando que não somente por ela.
4- Ajuda a entender o produto
Aqui estamos falando sobre organização e arquitetura de informação. Um produto de Design (lembrando que nos referimos a tudo que é fruto de um projeto de Design) precisa ser autoexplicativo.
Como designers, o que precisamos fazer é diminuir a curva de aprendizado ou compreensão do nosso leitor/usuário com uma organização clara e intuitiva. Em outras palavras, caso seja o objetivo, encurtar os caminhos pelo qual o consumidor apreende a informação.
5- Desobstrutivo
Neste mandamento é bem provável que surja uma polêmica, pois Design não é entendido como Arte. Explicando melhor o mandamento em si, os produtos de Design precisam ter um propósito, apesar da importância estética, objetos de Design precisa atender a algum objetivo.
Ser desobstrutivo diz sobre a discrição de uma solução de Design, que pode ser conjugada com o que entendemos sobre Design centrado no usuário, pois segundo o próprio Dieter Rams, o produto precisa dar espaço para a auto-expressão do usuário.
6- Honesto
Um produto não pode passar a imagem de inovador, moderno e valioso se não o for de verdade. A imagem que um produto tem que passar precisa condizer com o que este realmente oferece, caso o Design desagrade por expressar a autenticidade de determinada marca, é mais viável uma mudança estrutural.
7- Durável
Um bom Design não busca se encaixar em tendências (puramente), pois este é atemporal e evita desperdícios de trocas constantes.
Quando pensamos em entregáveis como logotipos e websites, o Design não pode se ater à modismos, pois dessa forma o Design está fadado a defasar e exigir mudanças em pouco período de tempo.
8- Meticuloso
Este mandamento diz sobre o Design pensado até o último detalhe, com cuidado e precisão, demonstrando respeito ao consumidor.
No Design Digital, conhecemos o layout que atém a este princípio como Pixel Perfect, pois para o designer responsável por ele, cada pixel importa.
9- Amigável ao meio ambiente
Precisamos pensar no Design da produção até seu descarte, economizando recursos e minimizando a poluição física e visual ao longo do ciclo de vida do produto.
10- Mínimo possível
Aqui temos a máxima: menos é mais (less, but better). O Design precisa se concentrar nos aspectos essenciais do seu propósito, elencando fatores que realmente agregam à sua funcionalidade e o quanto pode representar para o consumidor.
Conclusão
Aprendemos acima sobre os 10 mandamentos do Design e sobre o quanto são assuntos emergentes quando falamos sobre bom Design.
A balança se equilibra quando entendemos de verdade nosso papel como designers, projetando serviços e produtos que são úteis para a vida das pessoas, o mais honesto e de fácil compreensão, meticuloso e durável e com o mínimo de desperdício e impacto ambiental possível.
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