Thursday, August 29, 2019

Três dúvidas sobre Processos de Design respondidas por designers profissionais

Design é processo. E utilizamos de processos para avaliar onde pode ser melhorado e descobrir um fluxo mais saudável para o desenvolvimento de nossos projetos. Fiz este artigo com 3 dúvidas que surgiram nas enquetes dos meus stories no Instagram, respondidas por especialistas da área.

Mas antes disso, quero trazer um contexto para você conhecer um pouco mais sobre esse tema.

Basicamente, existem 6 etapas que são consideradas etapas fundamentais de um Processo de Design:

  1. Problema
  2. Briefing
  3. Pesquisa
  4. Conceito
  5. Geração de alternativas
  6. Feedback

Identificar o problema é a primeira e mais importante etapa. Para que um designer possa agir sobre uma demanda, é importante, primeiro, avaliar a real necessidade daquela demanda. Essa é a parte dos porquês. Em seguida, o briefing, que é um documento para registro de circunstância e necessidades.

Depois do briefing, ficamos encarregados pela etapa de maior peso de um processo, na minha opinião, a pesquisa. Existem várias abordagens de pesquisa, o que vai depender estritamente da sua expectativa em relação ao resultado, que depende, por sua vez, do tipo de problema. Podemos fazer pesquisa etnográfica, entrevista, grupo focal, jornada do usuário e por aí vai.

Conseguimos pesquisar e apuramos todos os dados necessários para o desenvolvimento do projeto, agora partimos para o conceito. E essa transição pesquisa-conceito diz muito sobre uma característica dos Processos de Design: a iteração. Construir um conceito é uma forma de sintetizar tudo o que aquele projeto precisa representar, e que vai nos guiar durante o restante do desenvolvimento.

Feito isso, passamos para a geração de alternativas, que é onde iteramos novamente. Criamos uma solução, voltamos no conceito, avaliamos, partimos pra próxima solução. O ideal nesta etapa é que tenha bastante volume, pois como Thomas Edison disse: “eu não falhei, apenas descobri 10 mil maneiras que não funcionam”.

Por fim, o feedback, que é a etapa onde, depois de pronto, o projeto precisa mostrar pra quê veio. E esse feedback é colhido por todos os envolvidos com a marca, sejam os donos, os colaboradores ou o público final. Posso explicar essas etapas melhor em um artigo dedicado aos Processos de Design, com certeza vai ser bem enriquecedor.

A seguir, três questões sobre Processos de Design respondidas por especialistas. Caso tenha ficado alguma dúvida até o final deste artigo, escreva nos comentários ou mande um mensagem para mim.

1- Em qual etapa do processo eu devo focar para minimizar alterações?

Respondido por Marcelo Kimura:

“Pra mim, a etapa mais importante do projeto e que minimiza as alterações é o Briefing. Porque nele você consegue captar informações que vão ser importantes para direcionar o projeto e quando você não tem essas informações prévias, você vai atirar no escuro e depender da sorte.

Quando eu falo briefing, eu englobo tudo que serve para captar informações: o formulário, como a gente conhece tradicionalmente, tem o painel semântico, você pode fazer uma nuvem de palavras, enfim. Há várias ferramentas e técnicas que podem ser utilizadas. E isso reduz drasticamente as alterações, a refação.

Eu chuto dizer que mais de 90% das alterações acontece por conta de um briefing mal feito, ou por parte do designer, ou por parte do cliente, que não soube responder direito. Então eu vejo dessa forma, pra mim é a etapa mais importante para evitar alterações, não tenho dúvidas.”

2- Como gerenciar mais de um projeto simultâneo?

Respondido por Renata Caraih:

“A melhor forma de gerenciar mais de um projeto é criar ou seguir uma metodologia, pois dessa forma você tem mais controle do tempo para cada etapa, e consegue se organizar melhor.

Também é importante prever o tempo para imprevisto, e acima de tudo, ter disciplina. Eu tento sempre reduzir a quantidade de projetos simultâneos.”

3- O que fazer quando o cliente não sabe responder algumas questões essenciais sobre o seu próprio negócio?

Respondido por Fábio Kerk:

“É muito comum empreendedores, profissionais liberais, freelancers, empresários, enfim, qualquer um que queira montar um negócio, começar essa jornada sem dados de qualidade, sem informações consistente de uma fonte segura e que possibilite a ele começar um empreendimento com maior probabilidade de sucesso.

E, para quem está começando, não saber responder as perguntas mais essenciais do seu negócio em relação ao seu público, seu serviço, ao briefing mais completo, é uma grande receita para o insucesso, mesmo sendo um negócio potencialmente promissor.

Eu fico triste quando vejo alguém começando um negócio sem algum entendimento mais amplo de si mesmo e do outro, pois, para ir a algum lugar, é preciso antes saber as ferramentas que você tem disponível e as que você precisará para chegar lá. Acho que essa é a grande metáfora de alguém que está começando o seu negócio e não sabe responder as perguntas essenciais sobre ele.

O que um designer pode fazer quando o cliente não consegue responder as perguntas importantes sobre seu negócio é justamente ajudá-lo a encontrar as respostas e, caso queira assumir esse papel, dar a ele um caminho para buscar esse tipo de informação.

Mas eu aconselho a não seguir adiante enquanto as respostas não estiverem bem claras, tanto para o designer quanto para o cliente. Caso o designer decida seguir o projeto com o cliente precocemente, correrá o risco de levar, indevidamente, a culpa pelo fracasso do empreendimento.”

Conclusão

Vemos neste artigo que Design é uma disciplina que depende de muita pesquisa, e além disso, existem experiências que vão além do que está escrito.

O caminho mais simples para compreender melhor sobre os processos é conversando com outros designers, saber como eles estão lidando com determinados problemas. E isso, somado a uma boa dose de pesquisa projetual, é a fórmula mágica para um bom processo.

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Friday, August 23, 2019

Callback: porquê você precisa investir nesta ferramenta

Hoje, o atendimento ao cliente é um dos principais diferenciais que qualquer negócio pode oferecer para seus consumidores, seja no varejo ou em um negócio digital. É levando isso em consideração que cada vez mais negócios vêm investindo em otimizar seus serviços e oferecer ferramentas modernas para que possam atender as necessidades dos clientes e proporcionar uma experiência de compra diferenciada.

Esse esforço para atrair, conquistar e fidelizar clientes através do atendimento trouxe à tona preocupações sobre a qualidade dos canais de atendimento, como o chat online, e-mail e claro o tradicional telefone.

Especialmente para e-commerces, o chat online é o canal de atendimento com o maior índice de satisfação, enquanto o telefone fica por último, sendo considerado o pior meio de comunicação pelos consumidores digitais.

Porém, existe uma forma de contornar esta situação e reconquistar a confiança dos clientes na qualidade do atendimento via telefone. Vamos falar um pouco sobre o Callback, o que é e porquê você precisa investir nesta ferramenta em seu negócio online.

O problema do atendimento por telefone

Há menos de duas décadas, o telefone ainda era visto como uma das melhores formas de se entrar em contato com um negócio. Mas, devido aos avanços tecnológicos e o desenvolvimento de novos canais otimizados, assim como a constante mudança e evolução do cliente moderno, este canal começou a ser mal visto pelos consumidores.

Avaliando diversas estatísticas de diferentes fontes, apresentadas pelo Helpscout, podemos identificar que:

  • O motivo número um que leva clientes a não gostar do atendimento por telefone é não conseguir falar com uma pessoa imediatamente, ou seja, seu cliente não quer ter de passar por uma triagem através de um chatbot.
  • 75% dos consumidores acreditam que demora demais para que possam finalmente falar com uma pessoa no telefone.
  • Em média, consumidores não vão esperar na linha por mais de 11 minutos antes de desligarem a ligação. Na verdade, 53% dos consumidores não esperam mais que 5 minutos.

A partir destes dados, fica claro como o maior problema do atendimento por telefone é a velocidade e, se considerarmos que o principal motivo de consumidores preferirem o chat online é exatamente a possibilidade de obter respostas imediatas, podemos reforçar ainda mais esta afirmação.

Hoje, valorizar o tempo do seu cliente é o maior diferencial que você pode oferecer em relação ao atendimento e, para atingir este objetivo, é necessário investir em treinamento para sua equipe, assim como ferramentas modernas. É aí que entra o Callback.

O que é Callback?

Como a própria palavra já sugere, do inglês, Callback significa “ligar de volta” ou “retornar a ligação”. Na prática, ele funciona da seguinte forma:

Um botão, ícone ou link para sua ferramenta de Callback é posicionada no site do seu negócio. Quando um visitante quiser entrar em contato com sua equipe de atendimento, ele pode clicar neste botão, inserir seu próprio número de telefone (que pode ser tabelado imediatamente em seu sistema de CRM) e solicita uma ligação.

Assim que um de seus operadores estiver disponível, uma ligação será feita diretamente para o número informado pelo cliente, estabelecendo uma comunicação com um representante – e não um robô.

Com isso, o Callback elimina completamente dois dos maiores problemas do atendimento por telefone: o tempo de espera na linha e a diferença em começar a conversa oferecendo um atendimento humanizado.

Inclusive, estas não são as únicas vantagens que uma ferramenta profissional de Callback traz para seu negócio, entenda:

Veloz e conveniente

O objetivo dessa solução é reconquistar a confiança do consumidor no atendimento por telefone e, por isso, o Callback preza pela agilidade ao automatizar o retorno de ligações. Ao solicitar uma ligação, o visitante terá retorno dentro de, em média, 60 segundos. Caso algum operador já esteja disponível, a ligação pode ser imediata.

Eliminando o tempo de espera na linha, você também está oferecendo conveniência adicional aos seus visitantes e clientes, que agora poderão continuar realizando outras atividades normalmente enquanto aguardam a ligação.

Isso é especialmente válido para o consumidor mobile, ou seja, aqueles acessando sua página através de dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Com o Callback, não há necessidade de ficar preso ao telefone e isso é uma característica que agrega à experiência.

E, caso você não acredite que oferecer conveniência para o consumidor mobile tenha grande impacto em suas vendas, devemos mencionar que uma pesquisa recente do Mundo do Marketing aponta que, em 2018, grande parte das vendas de e-commerces de moda, multicategorias e móveis ocorreram pelo mobile.

Pode trabalhar em conjunto com outros canais

As melhores ferramentas de atendimento online oferecem integrações entre diversos canais de atendimento, permitindo inclusive a adesão ao modelo de atendimento omnichannel, onde todos os pontos de comunicação compartilham dados e são interligados, o que melhora ainda mais o desempenho de sua equipe, visto que desta forma as informações estão agrupadas e centralizadas.

Para isso, você só precisa optar por uma plataforma de atendimento completa, que inclua mais de um único canal de atendimento, como é o caso da JivoChat, por exemplo, que oferece chat online com callback, telefonia, integrações com sistemas de CRM, plataformas de e-mail marketing e até mesmo com outros aplicativos de comunicação, como o Viber ou Facebook Messenger.

Está na hora de investir no atendimento

Agora que você conhece o potencial do Callback, está na hora de investir nesta ferramenta de qualidade para alavancar seu atendimento e gerar mais conversões. Especialmente no mercado digital, a guerra de preços não é a melhor forma de destacar-se entre os concorrentes.

No que diz respeito exclusivamente ao atendimento por telefone, esta pesquisa realizada com mais de 1100 respondentes aponta que 63.1% dos consumidores preferem solicitar uma ligação e aguardar o retorno à ficar esperando na linha após ligar para sua empresa.

Por isso, busque oferecer uma experiência personalizada, através de um atendimento humanizado e com foco no cliente. Só assim você será capaz de conquistar a confiança de novos prospects e fidelizar clientes em seu negócio.

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Thursday, August 22, 2019

Os 4p’s do briefing para design de marcas

Existem questões essenciais quando tratamos de briefing. Este é um termo muito comum entre designers e outros profissionais de áreas criativas, e com certeza todos sabem a importância desse elemento.

Neste artigo eu vou descomplicar o assunto trazendo uma teoria que me fez entender um caminho seguro para estruturar os meus briefings. Mas antes…

O que é Briefing?

Briefing é um documento que tem por objetivo registrar questões importantes para a execução de um projeto, não importa qual. Para ter insumos de projeto, é importante que o profissional saiba fazer as perguntas certas, que significa necessariamente saber como colher essas informações.

Partindo do princípio de que, para que exista um briefing é necessário ter uma demanda, é preciso, antes de qualquer coisa, compreender essa demanda, o que eu costumo chamar de etapa 0 de desenvolvimento de projeto.

Definição do problema

Um dos predicados que mais considero como essencial em um designer é a curiosidade. A curiosidade serve neste momento para explorar muito mais do que os outros conseguem explorar, isto é, conseguir mais informações.

E em áreas criativas é importante saber colher essas informações, por isso o caráter investigador e curioso deste profissional. A maneira mais segura de compreender um problema [alheio] não é deduzindo sobre ele, mas perguntando.

Busque compreender qual a raiz do problema, não somente uma expressão dele, o que com certeza atingirá outras expressões. Um exemplo para deixar mais tangível é um encanador com o(a) dono(a) da casa:

  • Encanador: O que está acontecendo?
  • Morador: Está vazando água da pia.
  • Encanador: Deixe-me ver o problema

Morador leva o encanador para ver a pia.

  • Morador: Acho que temos que trocar a peça do ralo.
  • Encanador: Por que você acha isso?
  • Morador: Se a pia está vazando deve ser esse o problema.
  • Encanador: Eu tenho uma hipótese de que existe um problema na torneira, deixe-me ver e falaremos melhor.

Encanador faz o exame e dá o diagnóstico:

  • Encanador: Como eu suspeitei, sua torneira está com problema na rosca. Temos que trocar essa peça.

Eu quero te explicar duas coisas com essa história, a primeira delas é que não conheço nada sobre torneiras e encanamentos, a outra é que entendo de problemas. Sei que resolver uma peça do ralo não impediria que vazasse água da pia, mas sim agir no centro do problema: a peça da torneira.

Agora, para falar especificamente sobre o briefing e as perguntas essenciais, eu vou te mostrar os 4p’s:

1- Propósito

Lembra que falei sobre o caráter questionador que o profissional criativo precisa assumir? Neste momento, o que costumo chamar de momento filosófico, precisamos compreender os motivos do cliente. Esse cliente não criou um negócio do nada, houveram motivações internas e externas que o fizeram tomar essa atitude, dado todos os riscos de se começar um empreendimento.

Essas respostas são úteis para recuperar algo na história daquele projeto, como por exemplo um projeto de identidade visual, que conseguirá expressar realmente a identidade daquela empresa.

Algumas perguntas que gosto de fazer nesta etapa são:

  • Por que você começou esse empreendimento?
  • Qual o seu objetivo para os próximos seis meses?
  • Como você acha que posso resolver seu problema?

2- Público

O público é uma dimensão importantíssima de um projeto, pois como já venho falando em alguns artigos e publicações no Instagram, se existe uma demanda, existe um público.

Quando nos referimos a atividades criativas, falamos sobre comunicação (essencialmente), e se precisamos nos comunicar, é importante saber com quem. As ferramentas mais úteis para conhecermos o público é a persona e o mapa de empatia. Posso falar melhor sobre elas em um artigo futuro.

As questões que podem se desenrolar desta etapa são:

  • Quem consome o produto/serviço?
  • Quais seus hobbies?
  • Quais as dores, necessidades, incômodos e vontades?

3- Percepção

Se precisamos nos comunicar, já estamos cientes sobre o quê comunicar e para quem. Neste terceiro tópico vamos entender a mensagem que usaremos nessa comunicação.

Imagine que um logotipo precise estar na rua, qual mensagem ele deve acompanhar consigo? E quando eu falo sobre isso, digo diretamente acerca de dois conceitos do Branding: Identidade e Imagem.

Também são assuntos que merecem um artigo dedicado, mas para te dar base e entender o tópico Percepção eu vou explicar brevemente sobre eles. Identidade, em resumo, é tudo aquilo que aquela marca é, por isso a importância de perguntas certeiras e tanta filosofia. Já a imagem é sobre aquilo que a marca mostra ser.

Imagine um amigo seu. O que as outras pessoas estão falando sobre o seu amigo? Será que tudo o que alguns desconhecidos falam diz respeito ao que esse seu amigo verdadeiramente é? Digamos que aquele jeito meio grosso mostra algo que ele não é em essência, como mudar?

Construir uma marca é estreitar essa relação, isto é, aproximar ao máximo o que uma marca é e como as pessoas veem. E isso é design autêntico.

Algumas perguntas que são interessantes neste grupo:

  • Quais as 5 principais características do seu negócio?
  • Quais pontos fortes do seu empreendimento?
  • Quais os pontos fracos?
  • Qual mensagem você gostaria de transmitir?
  • Qual você não gostaria de transmitir?

4- Pontos de contato

E para finalizar o assunto sobre os 4 p’s do Briefing, vamos falar de pontos de contato. Ponto de contato é onde efetivamente aquele projeto vai atuar. Existem projetos, como o de identidade visual, por exemplo, que precisa sair do campo da abstração para ter seu espaço no mundo real.

Se você possui um restaurante, um exemplo de ponto de contato pode ser o cardápio, a placa e o logo no aplicativo iFood.

Algumas perguntas que tangibilizam esse grupo são:

  • Onde a sua marca vai aparecer?
  • Qual o seu planejamento para ela no futuro?

Conclusão

Vimos por meio deste artigo que o briefing não é uma receita de bolo, mas algo que precisa ser adequado ao problema que nos é apresentado, à sua demanda.

E para garantir que consigamos as respostas necessárias, converse bastante com o seu cliente, compreenda os motivos dele. Antes de fazer inferências e questionamentos, saiba ouvir.

E se eu pudesse falar qual a maior ferramenta para um bom briefing, diria que já nascemos com duas delas, nas extremidades da cabeça.

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Monitor gamer e monitor para designers: existe diferença?

Os assuntos podem parecer um pouco desconexos, mas acredite: estão muito mais próximos do que imagina.

De um lado, um jogador profissional de Counter Strike: Global Offensive (CS:GO), que treina para conseguir se classificar para competições. Do outro, um designer gráfico que está empenhado em um projeto para entregar o melhor para seu cliente.

As duas situações apresentadas parecem distantes, não é? Pois bem, mesmo que tenhamos uma tendência a pensar nisso, existe um detalhe que pode ser o mesmo nos dois casos: a presença do monitor gamer na mesa de trabalho.

Esse é um elemento que pode fazer toda a diferença para os dois públicos, com potencial de proporcionar muito mais qualidade e versatilidade ao que precisam fazer e, assim, resultar em um desempenho que atenda às suas expectativas.

Vamos entender qual é a relação dos designers com o tipo de monitor e como isso interfere em seu trabalho. Antes, porém, vamos saber exatamente o que é um monitor dessa categoria.

O que é um monitor gamer?

É um monitor cujas características são compatíveis com as necessidades dos jogadores, o que os permitem ter um melhor desempenho quando jogam e, assim, tem o potencial de impactar positivamente em seus resultados.

Ao olhar para um monitor gamer HD e um tradicional, pode parecer que eles são iguais ou bem parecidos para quem não entende muito sobre o assunto, mas basta rodar o mesmo jogo com as mesmas configurações em ambos para se deparar com as nítidas diferenças.

Basicamente, as principais características que eles devem apresentar são as seguintes:

  • Taxa de atualização (refresh rate): velocidade que o monitor atualiza a imagem na tela, a qual é medida em Hz (Hertz). Um monitor 144Hz é capaz de exibir uma nova imagem 144 vezes por segundo, por exemplo.
  • Tempo de resposta (MS): tempo necessário para que o monitor consiga transformar um pixel desligado (que exibe a cor preta) em um pixel com a cor branca. Quanto menor for esse tempo, melhor, pois traz mais agilidade ao monitor.
  • Resolução: quanto maior é a resolução, aumenta também o número de pixels, que são os pontinhos que formam as imagens, ou seja, a imagem fica melhor definida. Há anos, o padrão era 360p, passou a ser 480p, depois 720p (HD) e 1080p (Full HD), além do 1440p e do 2160p (4K) que temos hoje.
  • Tamanho da tela: ter um bom tamanho de tela significa espaço para jogar e se atentar aos detalhes, embora seja importante estar a uma boa distância do monitor para poder enxergá-lo por inteiro. Entre os tamanhos mais comuns para as telas estão as de 21”, 22”, 24” e 27”.
  • Tecnologias de painel: a TN (Twisted Nematic) é a mais comum nas telas e traz baixo tempo de resposta e alta taxa de atualização. A VA (Vertical Alignment) tem um maior tempo de resposta, mas boas taxas de atualização. A IPS (In-Plane Switching) se posiciona em um meio-termo, com tempo de resposta menor que a TN e maior que a VA. Por fim, a PLS é similar à IPS, porém com opções de calibração e recursos adicionais.
  • Contraste: essa é a relação da capacidade do monitor em exibir a cor mais escura e a cor mais clara, ou seja, quão mais brilhante é a segunda do que a primeira. Por exemplo, em um monitor com contraste de 5.000:1, a cor mais clara tem um brilho 5.000 vezes maior que a mais escura. Taxas maiores representam uma melhor qualidade nas cores exibidas.

Entre outros detalhes, esses estão entre os principais procurados em um monitor gamer e que, quando combinados, são capazes de proporcionar os melhores resultados possíveis para os jogadores.

O que um designer gráfico tem a ganhar com um monitor gamer?

Muita coisa. Da mesma forma que os profissionais de eSports e aspirantes a atingir esse patamar, os designers precisam de um monitor de excelente performance para que seu trabalho seja feito com a mais alta qualidade.

Além disso, várias das necessidades de um gamer são parecidas com as de um designer em relação ao monitor, o que significa que um dispositivo voltado ao público que joga também pode trazer bons resultados para quem trabalha com design gráfico.

Vamos falar sobre as mesmas características principais dos monitores gamer que vimos anteriormente, mas agora sob a ótica dos designers, de modo a deixar claro como o dispositivo é bom para os dois públicos.

Taxa de atualização

Essa é uma característica que impacta diretamente em quem trabalha com motion graphics, já que uma melhor taxa de atualização os coloca em uma posição privilegiada na hora da edição e finalização.

Porém, vale muito a pena ter um bom monitor 144Hz, já que ao comparar este modelo ao lado de um tradicional, de 60Hz, é possível ver diferenças até mesmo na movimentação do ponteiro do mouse, que se mostra muito mais fluido no primeiro do que no segundo.

Além disso, taxas de atualização elevadas cansam menos a visão, o que é um atrativo e tanto para quem precisa ficar longas horas em frente ao computador e não quer ter aquelas incômodas dores de cabeça no final (ou mesmo no meio) do dia.

Tempo de resposta

A segunda característica também tem impacto direto para quem trabalha com vídeos e motion graphics, já que traz uma melhor experiência ao editar os conteúdos, de modo que até os pequenos detalhes sejam visíveis.

A edição de imagens estáticas também tem a ganhar, já que será possível ver com maior agilidade as mudanças feitas, como na aplicação de filtros e modificação de outros recursos, embora essa possa ser considerada como uma mudança bem sensível.

Resolução

É aqui que as necessidades dos designers começam a encontrar as dos gamers de maneira direta. Um monitor gamer de alta resolução pode levar a qualidade do trabalho dos designers para as alturas (com o perdão do trocadilho).

Quanto maior for a quantidade de pixels da tela, mais ricos serão os detalhes em qualquer trabalho realizado, o que significa que o cliente também terá um melhor resultado em mãos.

Uma estatística interessante a respeito do assunto vem do statcounter GlobalStats, que reúne uma série de dados e números sobre a internet. De acordo com o site, as resoluções mais usadas em ambientes desktop no Brasil, entre os meses de julho de 2018 e julho de 2019, foram as seguintes, com a respectiva quantidade de pixels:

  • 1º: 1366 x 768 (38,7%) – 1.049.088
  • 2º: 1920 x 1080 (17,57%) – 2.073.600
  • 3º: 1440 x 900 (5,61%) – 1.296.000
  • 4º: 1600 x 900 (5,43%) – 1.440.000
  • 5º: 1536 x 864 (4,36%) – 1.327.104
  • 6º: 1360 x 768 (4,27%) – 1.044.480

Além disso, temos as resoluções QHD e 4K, que estão em franco crescimento e aparecem em alguns modelos de monitor ultrawide. Confira a quantidade de pixels de cada uma delas, sendo que a 4K conta com duas configurações diferentes:

  • 2560 x 1440 (1440p) – 3.686.400
  • 3840 x 2160 (4K ou 2160p) – 8.294.400
  • 4096 x 2160 (4K ou 2160p) – 8.847.360

Portanto, as telas Full HD (1080p) exibem quase o dobro de pixels dos outros tipos de telas mais usados, mas elas têm pouco mais que a metade de pixels das telas de um monitor 1440p. Já as telas 4K ou 2160p ganham de longe na quantidade de pixels.

Logo, quanto maior o número de pixels, melhor para os designers e também para os gamers.

Tamanho da tela

Quando os monitores CRT ainda eram comuns, o tamanho da tela ficava em torno de 14”, o que era suficiente para a época. Hoje em dia, porém, esse já é um tamanho relativamente pequeno, principalmente quando se trata de desktops, bem inviável para o trabalho de um designer.

O tamanho da tela do monitor também influencia diretamente em seu trabalho. Por isso, não é raro perceber em agências de marketing, empresas de design gráfico e mesmo em home offices que os monitores dos designers tendem a ser maiores que os usados pelos demais.

Isso se dá pelo fato de que eles precisam de um bom espaço para a organização de seu ambiente de trabalho, muitas vezes com vários projetos abertos de uma só vez ou devido às caixas de diálogo de cada ferramenta, para que uma não se sobreponha à outra e prejudique sua visualização.

Aqui, os designers também se equiparam aos gamers e, portanto, podem usufruir dos mesmos monitores, com tamanhos de 21” a 27”, para que trabalhem com conforto.

Tecnologias de painel

Quando falamos sobre esse aspecto dos monitores para os gamers, os recursos destacados foram do tempo de resposta e da taxa de atualização. Porém, os mesmos tipos de painel afetam outras características dos monitores relevantes aos designers, como as seguintes:

  • TN (Twisted Nematic): rápido e com boa taxa de atualização, mas não tão preciso em relação à renderização de cores, além de poder apresentar algumas distorções.
  •  VA (Vertical Alignment): melhor renderização de cores que os painéis TN, apresentam um bom custo-benefício pelos recursos trazidos.
  • IPS (In-Plane Switching): a escolha ideal para quem deseja precisão nas cores a partir de praticamente todos os ângulos, embora tenha uma menor taxa de atualização.
  • PLS (Plane-Line Switching): a opção mais parruda da lista, similar aos painéis IPS, porém com maior número de recursos e opções de calibração. Também são os monitores que tendem a ter o maior preço.

Ainda que as tecnologias dos painéis sejam as mesmas que vimos anteriormente, a aplicação do monitor gamer para um designer e um jogador são diferentes devido às suas peculiaridades.

Contraste

O contraste é determinante no design, já que a diferença das cores é fundamental para se atingir o resultado desejado com aquele trabalho, e é claro que ter um bom monitor ajuda muito nisso.

Monitores com uma boa capacidade de contraste permitem ao designer analisar com precisão as diferenças entre as cores, mesmo que essas sejam sutis, algo que é tecnicamente mais difícil em monitores em que esse recurso é limitado.

Gamers e designers: diferentes públicos, mesmos monitores

Existem algumas variações de acordo com as necessidades de cada um deles, mas é inegável que um bom número de modelos pode ser utilizado por ambos sem qualquer prejuízo em sua produtividade e eficiência, muito pelo contrário.

Como as duas atividades precisam de uma boa capacidade gráfica, é de suma importância que o monitor seja capaz de suportar essa demanda, o que influenciará diretamente na experiência obtida.

É importante destacarmos que ter um monitor 144Hz ou com outra taxa de atualização mais elevada que o convencional pode ajudar a descansar a visão e, assim, melhorar a qualidade de vida e, por extensão, até a saúde dos designers.

Ainda que a aquisição de um monitor de maior qualidade demande um investimento maior do que os modelos tradicionais, é certo que isso impacta positivamente no trabalho oferecido pelos designers, o que consequentemente os valoriza e ajuda no desenvolvimento de suas carreiras.

Por fim, para ajudar ainda mais, uma boa dica é investir em uma base articulada para monitores, o que permite que o ângulo de visualização do usuário seja perfeito, melhorando o reconhecimento das cores e também seu conforto.

Coloque o quanto antes a aquisição de um monitor gamer em sua lista de prioridades e investimentos na carreira. Assim, além de ter toda a qualidade técnica que precisa, você ainda poderá jogar no tempo livre para relaxar. Fala sério, quer coisa melhor?

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Wednesday, August 21, 2019

4 dicas para tirar fotografias aproveitando os desfoques

Nós vimos no artigo anterior que o uso dos recursos manuais e semiautomáticos da câmera podem te dar uma liberdade que o modo automático dificilmente seria capaz.

Além de que, boa parte da graça de tirar boas fotos é você criar sua narrativa através da imagem, e assim como fazemos em um roteiro, precisamos planejar como executar essa imagem.

Por exemplo, na foto de capa desse artigo fica claro que uma das faixas do tráfego estava com mais trânsito que a outra, mas o modo que a captura foi configurada, gerou uma sensação de que os dois lados do trânsito estavam fluindo, coisa que não seria possível se você optasse por congelar a cena, deixando os carros totalmente nítidos.

Se a fotografia congelasse totalmente aquele momento, a mesma imagem ia contar que na verdade o trânsito estava totalmente parado. Aí está a importância de querer contar uma história pela imagem.

Nesse artigo vamos reforçar mais um pouco as regras básicas da fotografia a partir dos 3 pilares já mencionados no primeiro artigo dessa série, mas com o foco (literalmente) nos momentos em que teremos bons resultados optando por desfocar partes da imagem ou a cena toda.

Iremos explorar a seguir 4 situações onde tanto o uso da abertura, como do tempo de exposição do obturador (velocidade), tiveram que ser bem pensados antes de simplesmente apertar o botão de captura:

Acionar a câmera pelo timer ou controle remoto

A primeira dica para capturar imagens em movimento vai ajudar com as 3 seguintes: utilize, sempre que possível, um controle remoto para fotografar esse tipo de cena ou, pelo menos, use o timer, recurso presente em qualquer câmera, que é o temporizador (normalmente de 2 ou 5 segundos antes da foto ser capturada).

Isso é essencial já que, ao apertar o botão diretamente na câmera, sempre vai acontecer um certo movimento, mesmo que mínimo. Esse movimento pode ser o suficiente para sua foto tremer um pouco, gerando desfoques que você não gostaria.

Se não haver a possibilidade de ter um controle disparador remoto, seja por incompatibilidade da câmera ou de momento, use o temporizador em 2 segundos e veja a diferença na nitidez dos objetos que estiver fotografando.

No exemplo dessa dica está retratado uma imagem em que apenas as luzes dos carros ficaram com o desfoque de movimento, gerando um tipo de light painting (técnica muito divertida e que sugiro que experimente).

Se a câmera não estiver em um apoio (preferencialmente um tripé) muito bem fixo e se o fotógrafo não utilizar o timer ou o controle remoto, só a vibração causada pela mão iria gerar um desfoque não agradável no plano de fundo, estragando a paisagem.

Câmera e objeto parados, cena em movimento

Seguindo na ideia anterior, mas agora quando tudo está em movimento e o seu personagem ou objeto não, é uma ótima oportunidade para que você explore maiores durações do tempo de exposição, ou seja, uma velocidade menor, como algo em torno de 1s.

Na foto de exemplo o personagem provavelmente foi instruído para parar no meio da faixa e ficar completamente estático (como uma estátua!). Só assim é possível que ele, e apenas ele, fique nítido na imagem, enquanto que o restante das pessoas ao seu redor aparecessem apenas como um rastro.

Essa é uma boa técnica inclusive para fotos em ambientes públicos, onde o fotógrafo não tem autorização para utilizar a imagem das outras pessoas.

Câmera e objeto em movimento, cena estática

Criar um movimento proposital para gerar dinâmica da foto, como no exemplo dessa dica exige treino e intuição ao mesmo tempo. Pois aqui para você conseguir congelar o objeto que está se movimentando, diferente do fundo estático, você deve acompanhar o personagem na mesma velocidade dele.

Câmera na mão ou em um tripé (preferencialmente nesse último), faça um movimento de “pan”, ou seja, gire a câmera horizontalmente no próprio eixo (pan e tilt são movimentos do vídeo, que podemos abordar futuramente). O segredo aqui é que esse giro seja feito de maneira constante, sem começar rápido e terminar devagar, por exemplo.

Por isso, essa técnica exige muita experimentação e paciência, até que acerte a velocidade do objeto, mesmo que tenha que refazer a cena várias vezes.

A velocidade aqui não precisa ser tão baixa quanto às das duas dicas anteriores. Algo em torno de 1/30 a 1/15 já pode gerar imagens bem interessantes, dependendo da velocidade do objeto que estiver capturando.

Como fazer o efeito Bokeh

Efeitos de desfoque não são gerados apenas pela velocidade. Outro grande responsável por efeitos assim é a abertura, como vimos nos artigos anteriores.

Para não ficar repetitivo com os outros exemplos já apresentados, deixei aqui um efeito muito querido pelos fotógrafos, o bokeh.

O termo Bokeh vem do japonês boke (ボケ), que significa desfocado e deve ser pronunciado como se estivesse falando “bouque“.

A técnica tem um nome estranho, mas sua aplicação é relativamente simples, demandando mais da lente em si, sendo necessário uma com uma grande abertura de diafragma. Dificilmente você conseguirá fazer efeitos bokeh bonitos como no exemplo acima se utilizar uma lente com abertura menor que 2.8. Então, lentes f/2, f/1.8 ou f/1.4 (sonho de consumo de muitos) são ótimas para dar esse efeito.

A prática aqui entra novamente em questão, já que quanto maior a abertura, mais cuidado você deve ter com a área que estiver focando, já que a lente irá ter um espaço pequeno de área nítida.

Mas, se sua lente não possibilitar esses valores de abertura, quer dizer que não poderá fazer fotos com fundo em bokeh?

Pode sim. Mesmo com uma lente padrão do kit da câmera você tem a possibilidade de tirar fotos com esse efeito. O que deve se atentar é com a distância que está do objeto e também a distância do objeto para o fundo.

Se o seu propósito é que o fundo fique desfocado, mesmo com lentes de abertura não muito ampla, chegue mais perto do personagem/objeto e deixe-o com uma distância maior do fundo. Quanto maior essa diferença, mais desfoque terá.

É importante, e reforço aqui, a necessidade do objeto estar mais próximo da câmera, assim você vai criar um destaque bem maior do fundo.

Conclusão

As possibilidades são gigantes, já que aqui estamos falando de conceitos básicos ainda e como você pode explora-los. Por isso experimente, pratique e arrisque, porque às vezes o que poderia parecer um erro na hora de tirar a foto (como um possível desfoque), pode virar um efeito bem legal na sua história.

Assim como nos anteriores, a iStock disponibilizou as ótimas imagens para a realização desse artigo. Faça o cadastro nesse link e confira a grande biblioteca para que você também possa utilizar em seus projetos.

Até a próxima!

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Tuesday, August 20, 2019

O novo Design Center da Fiat e a importância do designer no ramo automotivo

Fomos convidados pela Fiat Chrysler Automóveis (FCA) para visitar seu novo Design Center Latam, localizado em Betim, Minas Gerais.

Resultado de um investimento de mais de onze milhões de reais, o espaço é considerado o maior estúdio de design automotivo da América Latina e conta com cerca de 150 profissionais responsáveis pela criação de novos projetos.

Em um tour guiado que fizemos pelo espaço, ficou clara a importância cada vez maior do designer no processo de criação de um automóvel, desde seus primeiros traços, até os testes e validações do modelo em escala real.

Acompanhe conosco essa visita!

Laboratório de UX Design

A visita começou no laboratório de User Experience (UX), onde existem dois simuladores: um que mais parece um videogame, com um cockpit e telas simulando o para brisas e retrovisores do veículo e outro com um óculos de realidade virtual.

O objetivo do laboratório é testar a usabilidade de soluções de interfaces e conectividade, além de percepções do design interno e externo dos veículos.

As centrais multimídia dos veículos estão cada dia mais poderosas, tornando-se verdadeiros computadores, com funções cada vez mais completas.

É aí que entra a importância de profissionais como designers de interface, que garantem que a navegação entre as muitas opções e recursos na tela seja o mais fluída e intuitiva possível. E é nesse laboratório onde são testadas na prática a interação entre o usuário e o sistema.

Pesquisadores e designers observam de dentro de uma sala de espelho a forma como usuários comuns reagem à determinadas situações. À partir desses dados, eles elaboram mudanças ou atualizações no software para tornar o ciclo de design mais ágil e eficiente.

O simulador em realidade virtual também é um grande aliado no processo de design. Nele, designers podem avaliar acabamentos internos e externos, como cores e texturas. A ferramenta é bastante utilizada na fase inicial dos projetos, antes mesmo da construção dos modelos físicos.

Sala Virtual e Showroom

Depois de visitarmos o laboratório, conhecemos a Sala Virtual, e seu impressionante projetor à laser, que projeta os veículos em tamanho real com uma resolução excelente e um alto nível de detalhes.

É nessa sala onde os designers e engenheiros podem discutir ideias e propor mudanças e alterações no design de modelos.

Integrado à Sala Virtual e ao Laboratório de UX, o Showroom é o espaço onde ocorrem as apresentações das várias fases dos projetos em desenvolvimento, até à aprovação final. A iluminação difusa valoriza a forma e cores dos modelos.

Áreas de trabalho

No piso superior do Design Center encontramos uma área bela e ampla onde estão as áreas de trabalho. Apesar de setorizado, o espaço é aberto e permite o contato direto entre profissionais de diversas áreas.

As reuniões podem ser feitas em espaços comuns, quebrando o estereótipo da sala de reunião fechada e isolada.

Confira as áreas design que vimos por lá:

User Experience Design (UX)

A equipe de UX Design é formada por 13 profissionais, de áreas como design, engenharia, psicologia, comunicação e gestão de projetos.

O objetivo desses profissionais é entender o usuário em profundidade, criando produtos e experiências de alta qualidade em perspectiva estética, funcional e de usabilidade.

O time de UX pratica constantemente o Design Centrado no Usuário (User-Centered Design). A pesquisa em profundidade da perspectiva do usuário final é o ponto de partida.

Com os resultados obtidos, passa-se para o design de artefatos digitais ou físicos que, por sua vez, são testados e aprimorados até se chegar a uma versão avançada.

O time conta com user tests, pesquisas online, simulador de direção (aqueles do laboratório de UX), tablets e smartphones, Arduino, softwares 3D e 2D e metodologias como Design Thinking e Service Design.

Graphic Design e Realidade Virtual

A equipe conta com 6 designers de áreas distintas, como Gráfico e Produto.

Seu objetivo é buscar constantemente inovações, tecnologias e novas oportunidades para propostas de elementos gráficos e comunicação visual dos automóveis, além da melhor integração e interesse dos consumidores.

O time desenvolve propostas gráficas para automóveis, como adesivos, badges, faixas decorativas, serigrafias, tipografias, siglas e outros.

Os profissionais dessa área pesquisam e desenvolvem design focado em materiais gráficos.

Produzem virtualmente, por meio de elementos e softwares 3D (matemáticas), focando na melhor qualidade de apresentações de conteúdo, além de realizarem benchmark constante da concorrência, analisarem melhorias dos modelos da marca e criarem propostas para séries especiais e novos modelos.

A equipe identifica e interpreta tendências e suas aplicações para garantir as melhores soluções e tecnologias para os consumidores. Usa tecnologias de realidade aumentada para maior interação entre usuários e máquinas, e também participa do desenvolvimento das propostas aprovadas, acompanhamento em reuniões técnicas, atualização dos documentos necessários e atendimento aos fornecedores.

Tem à sua disposição softwares como Photoshop, Showcase, Maia, Illustrator, além de assinaturas de materiais de tendências e comportamento como a plataforma WGSN e revistas especializadas.

Interior e Exterior Design

A equipe de Design de Interiores é formada por 8 designers com formação em Projeto de Produto, dedicados ao desenho do interior completo do veículo, incluindo componentes como painel, volante, console, bancos, painéis de porta, revestimentos, etc.

A equipe de Design de Exteriores é formada por 12 designers também com formação em Projeto de Produto, dedicados ao desenho exterior completo do veículo, incluindo componentes como conjunto ótico, rodas, acessórios, etc.

As duas equipes tem por objetivo desenvolver produtos que atendam às necessidades e aos desejos do consumidor latino-americano por meio da filosofia de design e dos valores de cada marca do grupo FCA.

A equipe cria e acompanha tecnicamente todas as atividades que abrangem o desenvolvimento de design, Participa durante todo o processo de desenvolvimento de um produto, desde o seu conceito e factibilidade (o quão realizável é uma ideia) até uma última fase de verificação para o início da fabricação.

Seus profissionais desenham e trazem ao mundo real as ideias do papel, passando pelo 3D e modelos físicos em argila (Clay) até chegar ao equilíbrio entre a ideia inicial e o produto final na linha de produção.

Utilizam desde as ferramentas mais básicas como papel e caneta até telas digitais para desenho (Cintiq), software gráfico para desenho (Adobe Photoshop) e de modelagem 3D (Autodesk Alias).

Design de Cores e Materiais

Outra área muito importante para o desenvolvimento de um veículo é a de Design de Cores e Materiais, cuja equipe é formada por 6 designers de áreas distintas, como Moda, Produto e Interiores.

Seu objetivo é buscar constantemente inovações e novas oportunidades para os acabamentos estéticos e funcionais dos automóveis.

A equipe é responsável por criar e desenvolver propostas virtuais e físicas para acabamentos dos componentes internos e externos. Participa do processo de pesquisa e desenvolvimento de design com foco em cores, texturas, revestimentos, tecidos e couro para automóveis.

Após identificar e interpretar tendências e suas aplicações, realiza propostas virtuais e físicas de acabamento e participa do desenvolvimento das propostas aprovadas.

Tem à disposição softwares como Photoshop, Maia e Illustrator, além de materiais de tendências.

Integrated: da tela para a argila

A fase final do processo de design automotivo é criar em escala real aquilo que foi projetado no papel e nas telas. É nessa fase onde onde o design é posto à prova, validando a teoria.

A argila (Clay) é utilizada há muito tempo no ramo automotivo pela relativa simplicidade do produto e sua fácil maleabilidade.

O espaço é integrado às áreas de trabalho por meio de um mezanino de vidro, permitindo que os designers mantenham contato visual permanente com o modelo que está em desenvolvimento.

Nessa fase, os profissionais precisam definir as variadas formas que fazem parte do design externo do veículo para que as medidas sejam passadas aos fornecedores que criarão o material em aço, alumínio e outros materiais.

O papel do designer no ramo automotivo

Essa empolgante visita de um dia ao Design Center da FCA, deixou claro que designers de diversas áreas têm um futuro muito promissor no ramo automotivo.

Há muito tempo o carro deixou de ser um simples meio de locomoção ou apenas um símbolo de status para se tornar uma verdadeira extensão da personalidade e (por que não?) até mesmo do corpo do seu proprietário.

As grandes montadoras sentem a necessidade, cada vez maior, de trazerem aos seus times designers que guiem o processo de desenvolvimento de um veículo, possibilitando a percepção e o entendimento da real necessidade do consumidor.

Por meio do trabalho em conjunto com engenheiros automotivos, designers possibilitam dar vida às ideias mais profundas e complexas, criando assim um novo patamar automobilístico.

Não sei quanto a você, mas ver de perto todo esse processo e a importância do design no ramo automotivo me fez ficar ainda mais apaixonado por essa área incrível. Vida longa ao design!

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Monday, August 19, 2019

Para que servem e como usar corretamente os modos semiautomáticos das câmeras digitais

Está aprendendo fotografia e ainda se perde com todos os recursos que a câmera oferece?

Principalmente em uma fase inicial/intermediária, o uso constante do modo automático pode prejudicar seu aprendizado, por isso que sempre nos cursos e workshops você aprende a usar o potencial do modo manual da câmera.

Mas se isso for difícil nesse momento para você, saiba que tem uma saída.

Nesse post vamos falar um pouco sobre os modos semiautomáticos que quase todas as câmeras semi-profissionais e profissionais tem.

Manual é bom, mas não tenha preconceitos

O modo Manual da câmera é fantástico e essencial em diversos momentos, considerando as possibilidades que podemos alcançar com ele.

No modo manual temos o total controle da Abertura, Velocidade e ISO, por exemplo. Itens que, como vimos no artigo anterior dessa série podem não só trazer melhores resultados em termos de uma boa e equilibrada iluminação na sua imagem, como também auxiliar em efeitos mais interessantes na proposta que quer chegar.

Dominar os controles manuais da sua câmera vão te trazer ótimos resultados, já que o modo manual permite que você crie suas imagens do jeito que realmente planejou: com ou sem desfoque, criar silhuetas, tirar fotos em lugares muito iluminados ou pouco iluminados e, claro, capturar imagens surpreendentes. Mas o modo manual exige prática e com o tempo todos podem conseguir alcança-la.

Utilizar o modo manual exige prática também pelo fato de que nem sempre podemos ficar muito tempo fazendo os ajustes necessários para conseguir a regulagem ideal, pois com isso podemos perder algum momento importante.

Então, até conseguir essa prática, o que fazer?

Treinar é sempre o melhor caminho. E errar também faz parte. Mas em momentos que temos pouco espaço para o erro, uma ajudinha da câmera não vai fazer mal. Para isso existem os modos semiautomáticos.

Conhecendo os modos semiautomáticos

Toda câmera DSLR e Mirrorless contam não só com os modos manuais, mas também com modos semiautomáticos, como por exemplo: Modo P, Prioridade de Velocidade e Prioridade de abertura. Para entender melhor, segue uma breve descrição de cada um desses:

Modo P

O Modo Profissional, representado simplesmente pela letra P, tem como objetivo facilitar quase tanto quanto o modo automático, onde como já diz o nome, a própria câmera faria toda a regulagem. A diferença desse modo é que a câmera escolhe automaticamente a abertura do diafragma e a velocidade do obturador.

Sobra, então,  para o fotógrafo: o ISO, balanço de branco, flash e a compensação de exposição.

Pode parecer pouca coisa, mas não é, já que usar o modo P não faz que você ignore todos os conceitos já apresentados aqui, mas talvez só acelere um pouco a sua aplicação.

Por exemplo: ao aumentar o ISO, a câmera irá entender que não tem a necessidade de uma abertura tão grande, ou que não precisa de uma velocidade tão baixa para poder captar a mesma quantidade de luz.

Então com um possível aumento do ISO, e a consequente redução da abertura, o resultado pode ser uma imagem com uma área de foco maior, bom para tirar uma fotografia com vários objetos próximos e todos focados, por exemplo. Já o aumento da velocidade pode trazer ganhos na nitidez das imagens em movimento, entre tantas outras aplicações.

Vamos dizer que, como esse modo é o mais automático dos semiautomáticos, então ele não só é uma boa opção para quem está iniciando como também é uma maneira prática de tirar fotos mais rápidas, nas situações que exigem velocidade em diferentes ambientes e luzes.

Prioridade de Velocidade

No modo prioridade de velocidade, a sua responsabilidade é escolher a velocidade adequada do obturador, ou seja, o tempo que a câmera ficará com o obturador aberto, capturando a luz.

A abertura e o ISO são definidos pela câmera, apesar de que normalmente é possível alterar o ISO, juntamente com o balanço de branco e tipo do arquivo (RAW ou JPG).

Esse modo é muito útil quando vamos capturar imagens em locais que existe uma grande mudança de iluminação, como áreas de sombra e áreas de luz intensa.

É bom também para utilizar quando queremos congelar cenas em movimento, usando velocidades acima de 1/200, que já conseguem capturar nitidamente movimentos como pessoas correndo, carros, água em movimento suave, etc.

Prioridade de abertura

Assim como no modo prioridade de velocidade, o modo prioridade de abertura nos permite dominar um dos principais controles manuais, a abertura do diafragma.

O principal motivo de você querer modificar os valores da abertura, sem ser pelo simples fato de clarear mais ou menos uma foto é quando tem a intenção de criar um fundo mais ou menos desfocado, também conhecido como profundidade de campo.

Retratos em locais com muita poluição visual de fundo tendem a ficar melhor com uma abertura maior, para poder desfocar do fundo e fazer o objeto/pessoa “pular” na cena, contrastando bem com o plano de fundo. Já aberturas pequenas facilitam quando você quer que tudo na cena fique mais nítido.

O modo prioridade de abertura é especialmente útil em cenas com menos movimento, já que não teremos controle da velocidade do obturador, podendo gerar imagens desfocadas.

E os modos pré-definidos?

Muitas câmeras tem outros modos, como “modo retrato”, “modo paisagem”, “modo noturno”, etc. Pessoalmente? Não gosto muito deles. Pois se você dominar as ferramentas manuais ou ao menos um dos outros modos semiautomáticos que vimos hoje, já conseguirá chegar nas imagens que esses modos pré-definidos propõem, porém com muito mais controle.

Existe um modo melhor que o outro?

Sim! Aquele que te dá mais liberdade sem fazer com que você perca momentos chaves.

Cada um dos modos explicados aqui tem sua finalidade, por isso não existe um ou outro que sempre será melhor para você.

Entenda sua necessidade e use o que melhor atender para que a sua captura seja feita do jeito que esperava e sem ficar perdendo muito tempo com todos os controles, até que você os domine e a sua câmera vire uma extensão natural das suas mãos e olhos.

Lembrando que todas as imagens do artigo foram cedidas pelo nosso parceiro iStock. Se quiser usar ótimas imagens como essas, faça seu cadastro por lá.

Continue acompanhando nossas dicas!

Até a próxima.

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Wednesday, August 14, 2019

Rafael Serra cria divertidos letterings de logotipos famosos

Criar um lettering pode parecer fácil, mas exige muita habilidade e técnica do artista.

Você já conferiu por aqui alguns exemplos criativos, como no caso da artista Stephane Lopes que recriou logotipos de séries da TV com lettering e também no lettering heroico de David Milan.

Outro artista com um estilo bastante característico é o português Rafael Serra, que transformou diversos logotipos de marcas famosas como Coca-Cola, Netflix e McDonald’s em seus próprios letterings.

Confira sua arte:

Ferrari

Twitter

Game of Thrones

Netflix

Stranger Things

Matrix

The Godfather

Pulp Fiction

Instagram

Coca-Cola

McDonald’s

Nike

Bauhaus

Google

Star Wars

Adidas

Porsche

The Avengers

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