Minha experiência com gestão de projetos me ajudou (e ainda me ajuda) a compreender melhor as minhas demandas.
Uma dificuldade que tenho percebido entre designers é o desconhecimento sobre ferramentas que se propõe a ajudar o fluxo de trabalho.
Por vezes, apenas imersos na própria disciplina, muitos designers não se jogam de cabeça sobre assuntos que ajudarão no seu trabalho.
Um forte exemplo disso são designers que não se atentam ao marketing, vendas e também sobre como fazer a gestão do seu fluxo de trabalho.
Foco no processo
A palavra que mais falo em todas as conversas sobre design é processo.
O design se estabelece a partir de um processo porque garante ao designer uma chance de melhoria. Anote isso: sem processo não há melhoria.
Meu exemplo favorito envolve culinária.
Quando você está fazendo um prato, pode não perceber, mas está aplicando um processo.
A entrada de cada tempero ou item de receita delimita uma etapa do processo que impacta diretamente no resultado final.
Quando percebe-se que a comida ficou salgada demais ou com pouco sal, sabe-se que na próxima tentativa (iteração), é preciso rever a etapa de “inserção do sal”.
Ficou claro para você a importância do processo?
E no design não é diferente. Tendo noção de cada etapa do processo, é possível fazer uma melhor gestão dos projetos posteriores.
Quando você separa suas entregas em etapas, é possível validar o que deu certo e o que deu errado, entrando em um ciclo de constante melhoria.
Lógica dos entregáveis
O que muitos designers pensam e que dificulta a gestão eficiente dos projetos é: apenas um bloco de entregável.
Explicando melhor isso, muitos designers pensam como se houvesse apenas uma grande coisa a ser entregue para o cliente.
Isso prejudica a entrega por um simples motivo: você se preocupa demais com a velocidade e menos com a direção (para onde está indo).
É de extrema importância, antes de avaliar a velocidade de determinada entrega, validar a direção. E quando um designer é chamado para resolver um problema de comunicação visual, a pessoa imersa no problema é a mais qualificada para ajudar a resolver.
Quero dizer com isso que muitos designers não integram aos seus processos a validação com o cliente. Isso faz com que a entrega final seja um grandioso mistério e surpresa, que por vezes pode ser negativa.
Quando eu falo sobre a lógica dos entregáveis, quero explicar o valor das pequenas entregas, já que optando por essa abordagem, é possível sentir-se mais seguro sobre o resultado final.
Talvez a criação do logotipo não precise ser um mistério para o seu cliente até o momento em que esteja pronto. Você pode segmentar as etapas para validar o painel semântico, a pesquisa de referências, paleta de cores, tipografia e também os mapas conceituais.
Fazer essas segmentações garante o controle sobre o foco de erro e acerto.
Experimente isso e depois me diga se o resultado foi positivo.
Blocos de tempo
Outro item crucial na gestão de projetos é o prazo.
Essa palavra pode causar calafrios em algumas pessoas, mas eu asseguro que formalizando um processo e segmentando as entregas, fica mais simples de enxergar um prazo final.
Dentro do Scrum, metodologia de gestão e desenvolvimento de projetos, existe um evento chamado Sprint, onde acontece a execução de determinada etapa ou etapas de um projeto.
A Sprint tem um tempo fixo para acontecer (de 7 a 31 dias), e ao final dela formulamos os entregáveis.
Por isso a importância de segmentar as etapas, pois se você tem noção de que para o entregável X é necessário Y dias, você estipula o prazo dele e o entregável gerado a partir dessa Sprint.
Ferramentas
Ao final deste artigo, você vai ter ferramentas o suficiente para aplicar, a partir de agora, métodos ágeis para gestão de projetos de design.
Vou falar para você as duas principais, na minha opinião, sendo a primeira migrada de uma metodologia chamada Lean Inception, e a segunda, mais popular na internet.
1- Agenda Burnup
A Agenda Burnup tem uma função de representar graficamente as Sprints e entregáveis.
No eixo vertical, é possível ver cada etapa de determinado entregável, enquanto no eixo horizontal, temos a relação de tempo.
Através da Agenda Burnup é possível prever o andamento do projeto, já que a movimentação diagonal dos cards desenha um progresso desejável.
2- Kanban
Um dos principais artefatos da metodologia Scrum, o Kanban traduz visualmente o progresso das etapas.
Por meio de 3 colunas básicas, é possível gerir o andamento de cada etapa dentro de um projeto.
As colunas principais são: a fazer, fazendo e feito. Mas como estamos falando de ferramentas, é possível invocar a licença poética para inclusão de outras colunas que fazem mais sentido no seu processo.
Conclusão
Como designers, temos que entender que a disciplina não é, e nunca será, autossuficiente.
Bebemos de muitas fontes para chamar o que fazemos de “design”, e esse caráter multidisciplinar tende a se manter com o passar dos anos.
Gestão de projetos é um dos assuntos, mas espero que ao falar sobre ele, tenho despertado sua curiosidade para saber sobre outros.
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