Essa pergunta acaba se esbarrando em outra, que é “o que você quer fotografar?”. Em termos técnicos (equipamentos), cada especialidade da fotografia acaba tendo suas peculiaridades, como necessidade de lentes com mais ou menos zoom, fotografar ambientes escuros, ter a possibilidade de gravar vídeos com a mesma câmera, capturar fotos macro, entre tantas outras coisas que mudam conforme a linha que deseja seguir.
Claro que equipamentos não são baratos e quanto mais você for aprendendo, mais vai sentir a necessidade de ter equipamentos melhores. Praticamente um vício!
Mas aqui vão 3 dicas para quem está começando e, principalmente, está com receio de dar os primeiros passos por achar que não tem o que precisa.
Não tenha medo das “câmeras de entrada”
O termo acima é usado principalmente para câmeras de menor valor, que contam apenas com recursos essenciais e muitas vezes funcionam melhor apenas em ambientes controlados.
Se ler novamente esse parágrafo vai perceber que são três coisas que para quem está começando deixam de ser uma desvantagem para na verdade serem uma facilidade.
Ser de menor valor é imprescindível, já que o dinheiro está curto nessa fase e a ideia normalmente é fazer dinheiro e investir somente o necessário.
Se nos recursos essenciais incluem o controle manual e fotografar em RAW, você já tem o que precisa para sua produção e pós-produção.
Fotografar em ambientes controlados é um dificultador se for tirar fotos em ambientes escuros, mas quando está aprendendo, controlar as luzes e composição do ambiente é também um ótimo exercício de criatividade e olhar fotográfico.
Câmeras de entrada oferecem o que um fotógrafo iniciante normalmente precisa. Principalmente se falarmos das novas gerações, como as Canon T7, Nikon D3500, Sony A6300, entre tantas outras.
Mas voltando a outra pergunta do começo do texto: O que você quer fotografar?
Já que câmeras de entrada tendem a ter um ISO aceitável menor, dificultam fotos em ambientes escuros. Como muitas não tem estabilizador interno, dificultam fotos em movimento, como de animais ou esportes.
Portanto, existem limitadores para as câmeras de entrada, mas não são coisas totalmente intransponíveis, já que o próximo item que vamos falar pode ajudar muito.
Lentes costumam ter um melhor custo/benefício, no início, do que que as próprias câmeras
Se você pode investir em uma boa lente, recomendo que continue com sua câmera de entrada.
Ótimas lentes te dão mais liberdade do que ótimas câmeras. E elas são muitas vezes tão ou mais caras que a própria câmera, por isso precisam mesmo valer o investimento.
Mas como a lente pode ajudar nas deficiências de uma câmera semi-pro?
Vejo como uma das principais vantagens as lentes que tenham estabilizador ótico embutido, ajudando a manter a imagem mais nítida, mesmo em movimento. Isso permite que você deixe a velocidade de captura um pouco menor, permitindo que entre mais luz. O estabilizador vai ajudar a compensar possíveis tremidas na mão.
Outra grande vantagem é que boas lentes costumam ter uma maior abertura (f/stop), permitindo que use valores como 2.8, 1.8, 1.4… E lembre-se que quanto maior a abertura, mais luz. Só tomando o cuidado de sempre com a distância focal e a profundidade de campo.
Mas, uma enorme vantagem das lentes é que se você manter a mesma família ou marca de câmeras, é possível utiliza-las em sua próxima câmera, sem ter que investir novamente em um outro kit de lentes.
Vale aqui então ficar atento para a compatibilidade entre as câmeras. Por exemplo, hoje você tem a nova Nikon Z50 com a mesma compatibilidade de lentes de sua superior Z7, sendo a primeira mirrorless de entrada e a segunda profissional, com seus respectivos prós e contras. Então daria para começar com a Z50 e investir em um bom kit de lentes e futuramente ir para a Z7. Mas esse exemplo se repete em outras fabricantes.
O importante é iluminar
Como vimos já em diversos artigos anteriores, a luz é a essência da fotografia e por isso precisamos sempre dar um jeito de utiliza-la ao nosso favor.
Mas isso significa comprar mega refletores, flashes super potentes ou só tirar fotos na “golden hour”? Não! Como disse acima, o importante é iluminar. Como? Aí entra sua criatividade.
Aproveite as luzes direcionais de abajures e luminárias. Brinque com o movimento nos famosos light paintings, jogue água no chão para que ela reflita no personagem ou use isopor para rebater a luz. Faça um teste e busque por DIY de luzes para estúdio e veja a quantidade de tutoriais criativos no Youtube sobre isso.
Claro que ter ótimos equipamentos de iluminação facilitam em ambientes que precisam de uma compensação de luz, além de esteticamente serem mais apresentáveis que gambiarras feitas com lâmpadas, LEDs ou outras coisa. Mas como a ideia aqui é dar os primeiros passos, treine com a luz que tiver até que tenha condições de melhorar seu equipamento.
Conclusão
Reforço então com essas dicas que, como seres criativos em uma área criativa, não poderíamos atuar de maneira diferente.
Use o melhor que a sua câmera e lentes pode fazer, controlando cada pedacinho de luz que puder aproveitar, mas comece. Se ficar esperando juntar uma grana para comprar aquela câmera full frame de última geração, com aqueles kits de lentes de fazer outros fotógrafos e cinegrafistas ficarem babando, você vai perder ótimas oportunidade de praticar e se aprimorar muito nesse tempo.
Eu dei alguns exemplos no artigos de câmeras recentes, mas lembre-se também que existem gerações anteriores que atendem muito bem a quem está começando.
Com bastante prática, logo você poderá publicar e vender seus trabalhos na iStock! Se gostou dessas fotos e das demais usadas nos artigos anteriores confira mais exemplos que podem servir de inspiração para suas próximas fotografias.
Até a próxima!
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