Você já pensou em encontrar a fórmula mágica do aprendizado contínuo?
Imagine se conseguíssemos evoluir constantemente e nossas habilidades beirassem à perfeição.
Mas infelizmente, terei que te frustrar dessa vez, pois fórmula mágica e aprendizado são palavras que não combinam.
O que quero trazer neste artigo são experiências. Histórias sobre coisas que apliquei na minha carreira e que me ajudaram e ajudam a evoluir degrau após degrau.
1- Entenda seu processo
Processo é o assunto dentro do Design mais importante na minha opinião. E digo isso porque falar sobre processo abre um leque de possibilidades quase infinito.
Cada designer tem o seu processo. Coisas que funcionam para você, podem não funcionar para outra pessoa e vice-versa.
E gosto muito de falar sobre processo porque incita diretamente o autoconhecimento. Quanto mais você se conhece, melhor você entende o seu processo dentro do Design.
A inclusão e exclusão de etapas depende muito da sua visão de vida e dos testes que você faz com seus clientes.
Hoje eu tenho um processo bem generalista, que me ajuda a desmembrar em cada entregável, avaliando as condições de tempo e pressão.
Com isso quero falar sobre prazo, complexidade, quantidade de dados para embasar decisões e a expectativa do meu cliente.
E em toda essa complexidade, está “escondida” uma forma 100% empírica de melhorar a forma como você aprende.
Imagine a seguinte situação: você está fazendo um macarrão e depois de pronto, sente que pesou demais no sal. O macarrão está muito salgado e você identifica o problema que pode ser melhorado no próximo.
Por que muitas vezes ignoramos esse “paladar” com entregáveis de Design?
A maneira mais segura de avaliarmos a qualidade de uma entrega (o macarrão), é tendo um processo bem definido e que incentive a melhoria contínua.
Saber que o sal foi mal dosado no macarrão anterior nos faz repensar a dose da próxima vez, mas se entendemos entregas de Design como uma coisa só, a apuração desse dado fica quase impossível.
Definindo um processo
Como eu disse, a criação de um processo é muito subjetiva. Entretanto, partimos de vias objetivas no desenvolvimento de um projeto de Design.
Entende-se que os passos gerais são os seguintes:
- Identificação do problema
- Encadeamento de ideias
- Proposta de solução
- Testes e validação
Nessas quatro etapas é possível desmembrar várias micro-etapas onde você pode dar sua pitada, inserir sua personalidade e encaixar suas necessidades.
Um forma que te aconselho a montar um processo, independente de quais são os seus entregáveis, é fazer a engenharia reversa.
O episódio 35 da segunda temporada do desenho Phineas e Ferb retrata o método que os irmãos utilizam para entender o funcionamento de um objeto que é desconhecido.
E o que estou te propondo é pensar da seguinte forma: o que eu fiz para desenvolver esse entregável?
Utilizar esse método vai te ajudar a desenhar o seu processo.
2- Fortaleça suas fraquezas
Com “fortalecer as fraquezas” quero dizer que você precisa estimular os seus pontos fracos, identificados no seu processo.
“Mas Éricles, como faço isso?”
Você vai provar o macarrão e dizer o que não está satisfatório nele.
Se o seu entregável são peças para redes sociais e você está insatisfeito com cores ou composição, que tal estudar mais sobre o assunto?
E isso nos leva para o ápice da melhoria constante:
3- Pratique incansavelmente
A sua fraqueza precisa ser traduzida em um plano de ação, e é neste tópico que falaremos sobre isso.
Muitas pessoas tendem a fugir de verdades, com o foco em manipular a realidade à sua volta para se sentir melhor. Mas vamos combinar uma coisa? Processo de melhoria, independente de qual seja, precisa de uma dose pesada de realidade.
Você não está na internet agora procurando aulas sobre como andar. A maioria de nós é expert nisso, e entende que é comum. Mas se está lendo este artigo, quero te parabenizar pela coragem em dar o primeiro passo, pois reconhece a melhoria como motor de vida.
O que estou falando com isso? Que só nos propomos a melhorar algo que identificamos como “não bom”. Reconhecer isso não te faz um profissional ruim, mas um profissional em constante melhoria.
Como praticar
Voltando ao exemplo anterior, você percebe que está insatisfeito com as cores do seu projeto, essa é a dosagem incorreta de sal no seu macarrão.
O que você pode fazer é traduzir isso em duas ações simples porém difíceis.
A forma que utilizo para praticar é com desafios e projetos fictícios, ou a mescla dos dois.
Desafio é um período em que você se dedica, com foco e frequência, a agir sobre um problema identificado.
Se o seu problema com cores é real, que tal fazer uma peça de rede social por dia?
Essa peça pode ser réplica de algum trabalho que você gosta muito, ou você pode partir de um tema fictício.
Recomendo que comece com o trabalho de outros, onde aquela insatisfação com a sua dificuldade não é presente, isso vai te abrir os olhos para entender como chegar no satisfatório.
E uma coisa importante do desafio é que ele acontece por determinado espaço de tempo, normalmente, 21 dias.
“Éricles, mas isso é muito tempo!”
Entramos todo os dias nas redes sociais para rolar o feed, se você tem compromisso com sua melhoria e qualidade das sua entregas, 21 dias serão poucos.
“Cara, mas não tenho tempo!”
Você pode fazer 7 dias de desafio. Mas lembre-se, foco e frequência!
Conclusão
Este artigo foi totalmente baseado na minha vivência. E a partir do que tenho aprendido com os testes que fiz, resolvi compartilhar isso com você.
Se pudesse resumir o principal aprendizado de tudo que falei, autoconhecimento é a chave.
Busque conhecer mais sobre você e o seu processo, tenho certeza que isso te ajudará imensamente na melhoria constante.
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